A Nota Técnica Conjunta nº 309/2025, elaborada pelo Ministério da Saúde e Anvisa, alerta para o aumento da detecção de Pseudomonas aeruginosa com coprodução de carbapenemases, fenômeno já identificado em diversas regiões do Brasil e que representa uma grave ameaça à saúde pública. Esse perfil de resistência compromete significativamente as opções terapêuticas, exigindo, na maioria das vezes, o uso de esquemas combinados complexos com drogas de última linha, o que aumenta a morbimortalidade, prolonga o tempo de internação e favorece a disseminação da resistência. A nota destaca a importância da vigilância laboratorial precisa e da adoção de métodos avançados para detecção desses mecanismos de resistência, já que os testes fenotípicos convencionais apresentam limitações. Ressalta ainda a necessidade de encaminhamento imediato dos isolados suspeitos aos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen) e, quando necessário, aos Laboratórios de Referência, por meio do sistema GAL, a fim de confirmar o perfil de resistência e subsidiar medidas de controle. Do ponto de vista assistencial, a disseminação de cepas multirresistentes exige rigor na aplicação das precauções padrão e por contato, incluindo higiene das mãos, uso adequado de EPIs, desinfecção de superfícies e vigilância ativa de microrganismos multirresistentes. Nesse contexto, qualquer identificação de P. aeruginosa produtora de KPC e VIM deve ser tratada como surto, demandando investigação imediata e medidas de contenção. O documento reforça que a integração entre hospitais, laboratórios e autoridades de saúde, aliada à implementação do Plano Nacional de Prevenção e Controle da Resistência aos Antimicrobianos 2025–2030, é fundamental para conter a disseminação desses patógenos e mitigar o impacto clínico e epidemiológico associado.