A Nota Técnica GVIMS/GGTES/DIRE3/ANVISA no 07/2025 trata da implementação de listas de verificação (checklists) como ferramenta essencial para a segurança do paciente em serviços de diálise. A recomendação surge em resposta à identificação de uma série de riscos associados ao procedimento dialítico, como infecções, falhas técnicas e reações adversas, que comprometem significativamente a qualidade assistencial. Dados recentes apontam que apenas 19% dos serviços de diálise avaliados no Brasil apresentaram alta conformidade com as práticas de segurança do paciente, o que evidencia a necessidade de estratégias mais eficazes e sistematizadas.
O checklist é apresentado pela ANVISA como uma ferramenta de apoio à tomada de decisão clínica, capaz de padronizar condutas, evitar esquecimentos e reduzir a variabilidade na assistência. Ele não substitui protocolos, mas atua como um complemento prático e dinâmico que favorece a adesão da equipe às rotinas seguras e melhora a comunicação entre os profissionais.
A elaboração do checklist deve ser conduzida de forma multidisciplinar, com base em protocolos clínicos e evidências científicas atualizadas. A implementação exige validação prática, capacitação das equipes, integração do documento à rotina assistencial e inclusão no prontuário do paciente, seja ele físico ou digital. Além disso, recomenda-se o acompanhamento por meio de indicadores e a revisão periódica do conteúdo a cada 6 a 12 meses, ou sempre que necessário.
O modelo sugerido é dividido em três momentos: pré-diálise, com foco na checagem da máquina, identificação do paciente, sinais vitais e preparo do acesso vascular; durante a diálise, com atenção à antissepsia, administração de medicamentos e monitoramento do procedimento; e pós-diálise, contemplando a desconexão segura, avaliação de
complicações e descarte correto dos materiais utilizados.
A Nota Técnica reforça que o uso do checklist deve ser um compromisso institucional com a qualidade e a segurança do cuidado. Sua adoção representa um avanço concretona prevenção de eventos adversos, promovendo maior confiabilidade nos processos assistenciais e protegendo a vida dos pacientes renais crônicos. A ANVISA, portanto, conclama os serviços de diálise a implementarem essa prática de forma estruturada,
eficaz e permanente.
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